18.2.09

Trabalhar para o bem comum

“O profissionalismo é entendido como as características e capacidades específicas da profissão. É a complexa variedade a que um profissional se deve submeter para desempenhar o trabalho com dignidade, justiça e responsabilidade”. (wikipedia).

A competência no exercício das funções confere ao profissional uma posição, que uma vez conquistada e mantida, faz dele alguém digno, justo e responsável. Não me refiro a um estado superior de moralidade, nem tão pouco à altivez de se tomar como dono e senhor da verdade absoluta e irrefutável. Falo de alguém, que acima de tudo, é respeitado, ouvido, admirado e compreendido.

São estas características, entenda-se consequências dos actos e palavras, que quando conferidas por aqueles com quem se lida diariamente no meio profissional ou académico, fazem da pessoa um aliado que trabalha para o bem comum, ou seja, um bom profissional. Este é o ponto essencial - trabalhar para o bem comum.

Quando não se verifica esta filosofia assiste-se a uma postura menos digna dos cidadãos ou alunos ,quando confrontados com a situação de receptores ou participantes em determinadas actividades. Muitas vezes, não são respeitosos, atentos, compreensivos e muito menos receptivos ao embevecimento perante as palavras que lhes são dirigidas. Refiro-me especialmente ao meio académico, mas a analogia também pode, em meu entender, extrapolar-se para os cidadãos no geral face aos seus governantes.

A percepção dos alunos face ao profissionalismo dos seus professores, assim como dos cidadãos face aos seus governantes, vai moldar o seu comportamento e o seu estado de espírito. Deste modo, não estranho a atitude passiva e muitas vezes desinteressada de muitos alunos (e cidadãos) perante a presença de alguns professores (e governantes). Não são mais que o espelho de quem está à sua frente e reflectem a incapacidade de se fazer respeitar, ouvir e compreender. Em suma, a falta de profissionalismo.

É certo que enquanto cidadãos e alunos, a obrigação de querer aprender e de intervir de modo proveitoso para todos, deva estar presente, mas também é certo que o poder acarreta responsabilidade, por isso, cabe a quem nos governa e ensina não só o exercício das funções elementares inerentes à profissão, mas também a tarefa, que acima de tudo é pedagógica, de fazer sentir a quem os ouve, que estão ali como aliados a trabalhar para o interesse e bem comum. Estou em crer que, deste modo, teríamos uma sociedade mais culta, participativa e tolerante.

3 comentários:

Anónimo disse...

PH tudo o que acabaste de escrever concordo contigo 100%!
E triste dize-lo mas estou a sentir na pele todo o que escreveste devíamos de dar a muitos professores da ESGTS este artigo que escreveste para tentarmos mudar o ensino na nossa instituição!!!

Rose Dayanne disse...

O profissionalismo, muito vemos a falar sobre, mas pouco se vê na prática.

Anónimo disse...

A competência é fundamental, mas um bom mestre é mais do que competente: é um contagioso entusiasta da procura do saber.

Nota: Bem-haja pela sua expontânea adesão à divulgação de (mais) esta petição. O atraso de Portugal não se deve à falta de qualidades dos trabalhadores portugueses, mas ao modelo aceite pela sociedade que premeia o favorecimento, o oportunismo e a esperteza, em vez do esforço e do mérito. Aliás, isso é perfeitamente óbvio no dito popular: só trabalha quem não sabe fazer mais nada.

Abraço.