31.10.08

A qualidade e a crise

Como já tive a oportunidade de escrever neste blogue, perante uma concorrência cada vez mais feroz, a qualidade é factor fundamental para uma empresa, quer seja ela prestadora de serviços ou de venda de produtos (normalmente tem associado uma prestação de serviços, seja ela pré, durante ou pós compra). É pois imperativo que as empresas não menosprezem a qualidade dos seus serviços, pois este é um aspecto que deixou de ser de diferenciação para ser de obrigatoriedade.

Bem sei que a conjuntura mundial apresenta-nos um cenário de desmoralização económica e uma necessidade imensa de retenção de custos. Chegou a altura de as empresa desvendarem o tipo de massa que as constituem. Amealharam quando podiam (e deviam) para agora poder fazer frente a esta situação? Alicerçaram valores de qualidade e visão global do mercado nos seus quadros humanos, que agora mais que nunca precisam de pôr em prática?
Estamos assim diante de uma situação em que se vai separar o trigo do joio relativamente à cultura empresarial vigente no mercado, principalmente das pequenas e médias empresa (PME).
Perante situações de crise as grandes empresas têm obviamente maior capacidade de manobra, no que diz respeito aos recursos disponíveis, sejam eles de ordem social, financeiro ou humano. Deste modo, a sua capacidade de sobrevivência no mercado perante situações menos favoráveis alarga substancialmente quando comparados com as PME. Assim, sob pena de se afundarem na crise que estamos a viver, as empresas de menor porte não podem prescindir do factor que cada vez mais os consumidores procuram – a qualidade do serviço. Não somente no seu core business, mas em todo o ambiente que rodeia a actividade empresarial.
É na altura de maiores dificuldades que os responsáveis empresariais mais devem pensar nos seus clientes. Ao continuarem a servir qualidade, as PME têm a oportunidade de sobreviver à crise. Para ilustrar esta realidade, segue uma pequena história.

É a história de um pequeno restaurante de beira de estrada que servia um frango frito de comer e chorar por mais. O dono era um homem simples, mas um excelente cozinheiro.
O movimento era cada vez maior e foi necessário colocar mesas com guarda-sol para atender melhor a clientela que crescia cada vez mais. Colocou placas na estrada a avisar da proximidade do restaurante e ganhou muito dinheiro com seu pequeno negócio. Tanto que deu para pagar os estudos do seu filho na capital.
Um dia, esse filho voltou com um lindo diploma de administração. E o pai orgulhoso perguntou: Como é que estão as coisas lá na capital?
- Pai, é bom que o senhor comece a tomar medidas. Economizar ao máximo, pois vem aí uma grande crise!
O velho não dormiu naquela noite. Na manhã seguinte começou a pôr em prática um grande esquema de economia: recolheu as mesas com os guarda-sóis para evitar que o sol e a chuva os estragassem, mandou cancelar os contratos com a empresa dos painéis de estrada, fez uma lista dos funcionários que podia dispensar, começou a poupar nos ingredientes e a fechar mais cedo para não pagar horas extras aos empregados. Andava nervoso e o seu semblante ficou mais pesado.
Meses depois, o velho observou que quase não tinha clientes. Os carros passavam na estrada e não davam aquele bendito sinal de pisca-pisca a avisar que iam entrar.
Então, o dono do pequeno negócio pensou e concluiu: o meu filho tinha razão, é uma crise daquelas…!

26.10.08

Para começar a semana a sorrir

Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidencia...

Um deputado vai na rua tranquilamente quando é atropelado e morre. A alma dele chega ao Paraíso e dá de caras com São Pedro na entrada.

- Bem-vindo ao Paraíso! Diz São Pedro. Raramente vemos parlamentares por aqui, então não sabemos bem o que fazer consigo.

- Não há problema, é só deixar-me entrar, diz o antigo deputado.

- Eu bem que gostava, mas tenho ordens superiores. Vamos fazer o seguinte: Você passa um dia no Inferno e um dia no Paraíso. Depois, pode escolher onde quer passar a eternidade.

Assim, São Pedro acompanha-o até o elevador e ele desce, desce, desce até ao Inferno.

A porta abre e ele vê-se no meio de um lindo campo de golfe. Ao fundo, o clube onde estão todos os seus amigos e outros políticos com o quais havia trabalhado. Todos muito felizes e em traje social. Ele é cumprimentado, abraçado e eles começam a falar sobre os bons tempos em que ficaram ricos às custas do povo.

Jogam uma partida descontraída e depois comem lagosta e caviar. Quem também está presente é o diabo, uma figura muito amigável que passa o tempo todo a dançar e a contar piadas. Eles divertem-se tanto que, antes que ele perceba, já é hora de ir embora. Todos se despedem dele com abraços e acenam enquanto o elevador sobe.

Ele sobe, sobe, sobe e a porta abre-se outra vez. São Pedro está à espera dele. Agora é a vez de visitar o Paraíso.

Ele passa 24 horas junto a um grupo de almas contentes que andam de nuvem em nuvem, tocando harpas e cantando. Tudo vai muito bem e, antes que ele perceba, o dia acaba-se e São Pedro retorna.

- E então? Você passou um dia no Inferno e um dia no Paraíso. Agora escolha a sua casa eterna.

- Olha, eu nunca pensei... O Paraíso é muito bom, mas eu acho que vou ficar melhor no Inferno. Responde o antigo deputado.

Então São Pedro leva-o de volta ao elevador e ele desce, desce, desce até ao Inferno.

A porta abre-se e ele vê-se no meio de um enorme terreno baldio cheio de lixo. Ele vê todos os seus amigos com as roupas rasgadas e sujas a apanhar o entulho e a coloca-lo em sacos pretos.
O diabo vai ao seu encontro e passa-lhe o braço pelo ombro.

Não estou a entender, gagueja o deputado. Ontem mesmo eu estive aqui e havia um campo de golfe, um clube, lagosta, caviar, e nós dançamos e divertimo-nos. Agora só vejo lixo e os meus amigos arrasados!

O diabo olha para ele, sorri ironicamente e diz: Ontem estávamos em campanha. Agora, já conseguimos o seu voto...

23.10.08

Escola de (pouca) gestão

É verdade que ser professor do 1º e 2º ciclo não é tarefa fácil nos dias que correm. Também não é menos verdade que os professores universitários, sendo eles contra um sistema pouco claro vigente em alguns estabelecimentos do ensino superior, convivem com algumas situações dignas de revolta.

Quando existem professores que são sobrecarregados na sua carga horária e pressionados, com o propósito de leccionarem disciplinas para as quais admitem, com humildade, não possuírem formação adequada, algo vai mal no seio da gestão académica.

No que diz respeito ao corpo discente de algumas Universidades, a vida escolar também não corre de feição, isto claro para aqueles que querem realmente aprender e que valorizam a aquisição de conhecimento ministrado por alguém que sabe realmente do que fala.

Sinto-me injustiçado e penalizado pelo facto de passado quase um mês desde o inicio do presente ano lectivo a escola de ensino superior pública que frequento, que sobrevive em grande parte dos 900 euros de propinas e taxas pagos por mim e por todo o corpo estudantil, não me proporcionar o ensino de uma disciplina técnica, a qual faz parte do programa do 1º semestre de 3º ano, do plano das optativas.Não compreendo como é possível que uma decisão aprovada em concelho pedagógico, que vai no sentido de contratar um técnico para ministrar a disciplina em causa, não esteja ainda posta em prática, decorridos 25 dias após o inicio de aulas.

Ao concelho directivo compete, nomeadamente, dirigir e coordenar as actividades e serviços e promover o desenvolvimento das actividades científicas e pedagógicas. Enquanto órgão máximo da instituição, o conselho directivo tem o dever de se alhear de quezílias internas, rivalidades e de colocar o interesse público acima de qualquer pressuposto ou intenção individual. A excelência não deve ser temida, mesmo quando vem do exterior, ainda mais quando está em causa os interesses e a formação dos seus alunos/clientes.

20.10.08

Um "problema" de fiscalidade

O ministro da Indústria espanhol, Miguel Sebastián, considera que o preço do gasóleo deverá descer abaixo de um euro por litro dentro de duas a três semanas, face aos actuais 1,12 euros o litro. O ministro espanhol prevê que, dada a evolução das cotações do petróleo nos mercados internacionais e a evolução do euro face ao dólar, dentro de duas a três semanas o preço do petróleo deverá voltar a descer abaixo de um euro e a gasolina deverá ficar por esse valor.

Obviamente que em Portugal tais descidas no preço de combustivel são uma miragem, pois a fiscalidade é diferente da aplicada no pais de "nuestros ermanos".
O imposto sobre os produtos petrolíferos é de 30 cêntimos por litro em Espanha e de 36,4 cêntimos por litro em Portugal. Acresce ainda o IVA que é cobrado a 20 por cento em Portugal e a 16 por cento em Espanha. (fonte: Jornal de noticias)

Mesmo sendo a fiscalidade diferente, será que iremos assistir a uma descida acentuada em Portugal, caso se venha e verificar a previsão do ministro espanhol? Ou seja, beneficiaremos de uma redução semelhante em termos relativos? Afinal, a moeda utilizada é a mesma nos dois paises e estamos sujeitos ás mesmas evoluções das cotações do petróleo nos mercados internacionais.

17.10.08

Inovação precisa-se

O tecido empresarial português, no seu grosso modo, aplica planos tácticos de curto prazo em desfavor de estratégias que visem o longo prazo. Obviamente que esta opção tem como justificação a contenção de gastos e a garantia de índices de produção, sempre como pano de fundo a pouca segurança que a conjuntura financeira mundial apresenta.
Na minha opinião, o cerne do problema passa por aqui - a prioridade da manutenção e não da inovação.
Vem este meu comentário na sequência do resultado do último estudo
realizado pela Confederação da Indústria Portuguesa e da Agência Nacional para a Qualificação. Do mesmo tiram-se, entre outras, as seguintes ilações, de acordo com o noticiado no site do Diário Económico.

"Apesar de estarem quase 50 mil licenciados no desemprego, o recrutamento de profissionais com formação superior não faz parte das prioridades da indústria portuguesa nos próximos três anos"...

"Os licenciados não fazem parte das cinco profissões que as empresas do sector industrial pensam recrutar num prazo de um a três anos. Os profissionais de que as empresas têm maior necessidade são os agentes de método, isto é, pessoas com habilitações ao nível do 12º ano de escolaridade, especializadas em controlar tempos e métodos de produção, para garantir os índices de produtividade das empresas."

A aplicação de estratégias empresariais que visem a prosperidade e rendibilidade possuem como base a criatividade e a inovação, visando um conjunto de medidas que apliquem disciplinas como o Marketing, Economia, Engenharia e Sociologia. Ora, a base do conhecimento destas áreas passa pelas Escolas de Ensino Superior, sejam elas Universidades ou Politécnicos. Desfalcadas da mais valia que o conhecimento destas áreas confere aos licenciados, as empresas têm, naturalmente, grandes dificuldades em superar os problemas do mercado, bem como em conseguir a diferenciação face à voraz concorrência.
O mercado português precisa urgentemente de inovação por parte das empresas, por iniciativa própria, e não esperando que o anunciado (e não chegado) choque tecnológico lhes resolva os problemas.

A qualidade deverá ser um objectivo constante de todas as empresas, sejam elas multinacionais ou pequenos negócios emergentes, e julgo que, só será atingida
quando se aliar a experiência à formação, quando os empresários se deixarem de sentir ameaçados pela excelência, mesmo que seja a dos outros, quando conseguirem levantar a voz para defender que deve ser o melhor a vencer, mesmo quando o melhor não são os próprios.

15.10.08

O começo de uma nova fase

Termina hoje em Portugal a fase "Delta" para o cambate a incendios florestais .Cerca de quatro mil elementos, 900 viaturas e 26 meios aéreos, estiveram mobilizados até hoje, a quarta e a penúltima da época de incêndios deste ano.

A partir de amanhã terá então início a fase “Echo”, período criado para dar resposta aos incêndios que surgem fora da época normal. Esta fase terá como principal objectivo manter um conjunto de disponibilidade que irão permitir que Portugal “não seja apanhado desprevenido”.


O relatório provisório da Autoridade Florestal Nacional refere que entre 01 de Janeiro e 30 de Setembro deste ano arderam 12.861 hectares (ha), entre povoamentos (4.395) e matos (8.466), o que representa uma diminuição de 32,2 por cento face a período idêntico do ano passado, quando arderam 18.986 ha. (Público)

Termina também para mim mais uma fase. Foram 3 messes em que participei no combate aos incêndios numa rotina de 24 sobre 24 horas, no quartel dos bombeiros municipais de Alcanena.

Volto hoje para a vida civil e começo mais uma fase da minha vida.

13.10.08

Curioso - 7 séculos e um ano

13 de Novembro de 1307- É preparada uma armadilha à Ordem dos Templários, pelo papa Clemente V sob pressão do Rei Filipe IV de França. São enviados inúmeras missivas com o selo papal para diferentes pontos da Europa com indicações para serem abertos ao mesmo dia e unicamente a uma hora. Nelas figurava informação acusando os Templários de traição à Igreja, e declarando-os hereges, por isso era da maior importância fazê-los desaparecer.Tudo isso porque o Papa e o Rei de França invejavam os tesouros dos templários. A ordem era mais rica que muitos reinos da época. A Ordem dos Templários propriamente dita foi extinta, refugiando-se um pequeno grupo nas Ilhas Britânicas, e em Portugal ,(o convento de Tomar foi um dos abrigos) sob guarda do Rei D. Dinis. Entretanto um grupo de sobreviventes criou a Ordem de Cristo, uma continuação dos Templários, que deu continuidade aos segredos bem guardados da Ordem.

Este evento deu origem à superstição do azar numa sexta feira 13, visto que foi nesse dia que começou a aniquilação da Ordem.

(Fonte: Wikipédia)

Ainda hoje não se sabe quais os verdadeiros propósitos da Ordem dos Templários. Existem vários mitos associados à Ordem dos Cavaleiros do Templo (também asim chamada porque o seu convento principal fora estabelecido junto ao local onde existira o Templo de Salomão, em Jerusalém), a guarda dos segredos sobre o cálice sagrado é um deles. A lenda reza que o verdadeiro cálice sagrado seria o corpo de Maria Madalena, que teria sido mulher de Jesus e dado à luz uma criança. O cálice é uma alusão ao ventre feminino que permitiu a continuidade da linhagem de Cristo. Esta lenda está na base do romance de Dan Brown - O código Da Vinci.

11.10.08

Um olhar ácido sobre a crise financeira

..."O Quim da Bouça tem uma tasca na aldeia do Carrapato. Desde que começou a vender aos seus leais fregueses bagaço e figos, uns copos de tinto e a assentar no livro, que entretanto foram aumentando - os fregueses - significativamente, todos apreciadores do bagaço, dos figos e do tinto, mas também todos ou quase todos desempregados.
Porque decide vender fiado, pode aumentar um bocado o preço da dose - a diferença e o aumento que os aldeões pagam pelo crédito e o aumento da margem para compensar o risco.
Como todo o comerciante que se preze, o Quim da Bouça tem aberta uma conta bancária numa agência da vila próxima. O gerente do banco, um ousado administrador formado pelo ISEAEC (Instituto Superior de Economia Aplicada a Estes Casos), decide que o livro de fiados da tasca constitui, afinal, um activo cobrável e começa a adiantar dinheiro à tasca do Quim da Bouça, tendo os fregueses, comedores de figos e bebedores de bagaço e tinto, como garantia.
Na cidade grande, uns executivos de bancos, apreciam os tais cobráveis do banco do Quim da Bouça, e transformam-nos em activos em OVNIS, SOS, POP ou CDO ou outro qualquer acrónimo financeiro, que ninguém sabe exactamente o que quer dizer e muito menos a quem se referem.
Esses adicionais instrumentos financeiros, transformam-se nas alavancas do mercado BM&F (Bom Mercado & Fiado), cujo capital inicial todos desconhecem, e que são, nada mais, nada menos¿ afinal, os livros de fiados do Quim da Bouça.
Esses derivados estão a ser negociados como se fossem títulos sérios, com fortes garantias reais, nos mercados de perto de cem países.
Até que alguém descobre que a tasca da aldeia do Carrapato não tem dinheiro para comprar mais bagaço, mais tinto e figos, e vai à falência. E toda a cadeia pifa no mesmo dia.
Como o tasqueiro, Quim da Bouça, não possui propriedades que possam ser vendidas e não apresenta quaisquer outros rendimentos, mas possui, à socapa, bons fundos que lhe assegurem o futuro desanuviado, mas em nome dum filho menor de idade - fundo intocável - não paga a ninguém e ainda se queixa, mostrando o livro de fiados, da sua desventura.
Abandona a aldeia do Carrapato, vai para bem longe, onde não seja conhecido, reabre uma nova tasca onde já não haverá mais fiados e a vida continua a sorrir-lhe...
Há muitos Quins da Bouça pelo mundo. Mesmo e talvez sobretudo em Portugal."

(retirado de IOL Diário - Artigo do leitor J Seromenho)

7.10.08

Tudo bons rapazes

Em Portugal o Ministério Público (MP) é o órgão do sistema judicial nacional encarregado de representar o Estado, exercer a acção penal, defender a legalidade democrática e os interesses que a lei determinar. (portal do cidadão)

Foram ontem detidos por posse de um arsenal de armas proibidas, por suspeitas de carjacking e de um assalto à mão armada numa ourivesaria em Sintra, três perigosos cadastrados por roubos.
O Grupo de Operações Especiais da PSP apreendeu três caçadeiras, um revólver, três pistolas calibre 6,35 mm, 250 munições de caça, várias munições 6,35 mm e .28 mm, uma faca, uma besta, e ainda gorros e luvas, além de sacos de plástico com moedas com o logótipo do BPI. Posto isto, as autoridades levaram os detidos à esquadra do Cacém onde
uma procuradora do Ministério Público de Sintra decidiu libertá-los a todos, com a medida de coacção mais leve, isto é, termo de identidade e residência.

Esta é de bradar aos céus: Um dos detidos tinha os documentos do carro que (alegadamente ) roubaram em sua posse. Confrontado com este facto alegou que alguém, que não ele, os tinha roubado e colocado aqueles papéis no seu bolso...
Esta ainda é melhor: A magistrada do MP aceitou a desculpa!!
(Fonte: correio da manha pág.8, de 07-10-08)

O presidente do Sindicato de Magistrados do Ministério Público (SMMP), António Cluny considera que a carreira dos magistrados não é minimamente estimulante. De certo modo, o trio de bons rapazes tem semelhantes queixas em relação à prática do seu oficio. Apreendem-lhes o material de trabalho e obrigam-nos a perder uma manhã, que quem sabe poderia ser bastante produtiva... Não se faz!!
Os agentes da PSP não terão razão de queixa. O sentimento de missão cumprida e consciência tranquila, além da adrenalina de serem confrontados com os respeitados cidadãos deverá bastar-lhes para se sentirem realizados profissionalmente.

Se o ministério público é um orgão encarregue de representar o Estado, então está tudo explicado...

6.10.08

Para bom entendedor...

"Quando a realidade se impõe como uma evidencia, não há forma de a contornar"

"O que é vivido pelos cidadãos não pode ser iludido pelos agentes políticos"

"A verdade gera confiança, a ilusão é fonte de descrença."

"O Estado tem de garantir dois valores essenciais, justiça e segurança"

"Este é o tempo em que aqueles que servem as instituições devem fazer prova do seu valor"

Escuta lá Zé, percebeste ou queres que te faça um desenho?

5.10.08

O(s) conquistador(es) da liberdade

Em 1139, depois de uma vitória na Batalha de Ourique contra os mouros, D. Afonso Henriques afirma-se como Rei de Portugal. No entanto, é no dia 5 de Outubro de 1143 que seu primo, Rei Afonso VII de Leão e Castela, reconhece Portugal como nação independente com o tratado de Zamora.
Portugal comemora assim, neste 5 de Outubro, 865 anos de independência. Devemos este marco na nossa história a um homem que se insurgiu contra o poder instalado, e lutou, com as armas e convicções próprias da época, por uma Nação livre.

Nos dias de hoje, os problemas deste jardim à beira -mar plantado são diferentes. Todavia, mesmo que não pareça, é necessário continuar a lutar pela liberdade, desta feita, não enquanto nação no mundo, mas enquanto indivíduos na nação.
Assim como D. Afonso Henriques lutou por um pais livre, também nós devemos lutar pela mesma causa. As batalhas travam-se agora em campos diferentes, as armas dos tempos modernos são outras, mas a causa continua a ser legítima - Liberdade de expressão, liberdade de escolha, liberdade para a indignação, liberdade para a cidadania...
É importante a participação de todos nesta luta. Podemos e devemos intervir, eleger, contribuir com opiniões, denunciar, exigir a quem de direito. Estas são as nossas armas para a criação de uma nação cada vez mais livre e justa, pois não há justiça se não houver liberdade.
A D. Afonso Henriques e a todos os homens e mulheres que fazendo uso do seu direito cívico teimam em não se alhear do rumo do seu país, bem hajam.

Nota: A comemoração de 5 de Outubro de 1910, não reúne o consenso de toda a população. A convicção acerca do melhor regime político para a nação é discutível. Por outro lado, a mesma data do ano de 1143 deverá ser recordada com orgulho por parte de todos nós.
É de lamentar que as vitórias antigas estejam a ficar esquecidas...


4.10.08

Precisa-se de matéria prima para construir um país

Recebi na minha caixa de correio electrónico um texto bastante interessante, que circula na Internet, acompanhado de um comentário e de uma sugestão que resolvi aceitar:

Precisa-se de matéria prima para construir um país
Eduardo Prado Coelho - in Público

A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia, bem como
Cavaco, Durão e Guterres.

Agora dizemos que Sócrates não serve.

E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada.

Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão que
foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates.

O problema está em nós. Nós como povo.

Nós como matéria prima de um país.

Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda sempre
valorizada, tanto ou mais do que o euro.

Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais
apreciada do que formar uma família baseada em valores e respeito aos
demais.

Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão
ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nos
passeios onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL,
DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO.

Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras
particulares dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa,
como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo
o que possa ser útil para os trabalhos de escola dos filhos ....e para
eles mesmos.

Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque
conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo, onde se frauda
a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos.

Pertenço a um país:

- Onde a falta de pontualidade é um hábito;

- Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano.

- Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo
nas ruas e, depois, reclamam do governo por não limpar os esgotos.

- Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros.

- Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem
que é ' muito chato ter que ler' ) e não há consciência nem memória
política, histórica nem económica.

- Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar
projectos e leis que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe
média e beneficiar alguns.

Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas
podem ser ' compradas ' , sem se fazer qualquer exame.

- Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma
criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto
a pessoa que está sentada finge que dorme para não lhe dar o lugar.

- Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o peão.

- Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre
a criticar os nossos governantes.

- Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates,
melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem corrompi um
guarda de trânsito para não ser multado.

- Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como
português, apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que
confiava em mim, o que me ajudou a pagar algumas dívidas.

Não. Não. Não. Já basta.

Como ' matéria prima' de um país, temos muitas coisas boas, mas falta
muito para sermos os homens e as mulheres que o nosso país precisa.

Esses defeitos, essa ' CHICO-ESPERTERTICE PORTUGUESA ' congénita, essa
desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até se
converter em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade
humana, mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que é
real e honestamente má, porque todos eles são portugueses como nós,
ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não noutra parte...

Fico triste.

Porque, ainda que Sócrates se fosse embora hoje, o próximo que o
suceder terá que continuar a trabalhar com a mesma matéria prima
defeituosa que, como povo, somos nós mesmos.

E não poderá fazer nada...

Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, mas
enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar
primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá.

Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, nem serve
Sócrates e nem servirá o que vier.

Qual é a alternativa?

Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a
força e por meio do terror?

Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa 'outra coisa' não comece a
surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os
lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente
estancados....igualmente abusados!

É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone
começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento
como Nação, então tudo muda...

Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos mandam
um messias.

Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses nada
poderá fazer.

Está muito claro... Somos nós que temos que mudar.

Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a acontecer-nos:

Desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e,
francamente, tolerantes com o fracasso.

É a indústria da desculpa e da estupidez.

Agora, depois desta mensagem, francamente, decidi procurar o
responsável, não para o castigar, mas para lhe exigir (sim, exigir)
que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco, de
desentendido.

Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE O ENCONTRAREI
QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO.

AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO NOUTRO LADO.

E você, o que pensa?.. MEDITE!

EDUARDO PRADO COELHO


Comentário
"Ora bem, eu achei muita piada ao texto e pensei em sugerir-te que o publicasses no teu blog.. entao fui tentar encontrar o texto oficial no site do público.. contudo, não consegui encontrar e decidi fazer pesquisa no google... qual não é o meu espanto quando encontro noticias (http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=9&id_news=247009&page=0) de que o sr. Eduardo Prado Coelho estava a ser acusado de plágio de um artigo do qual ele não se intitulava como autor e do qual de facto não existia registo como crónica do Público...
Bem, o facto é que Eduardo Prado Correia faleceu a 25/08/2007 e este texto continua a circular como sendo da sua autoria..
Pessoalmente gostei imenso da crónica e penso que realmente se adapta à mentalidade portuguesa, contudo o seu autor é João Ubaldo Ribeiro e foi escrito para a realidade brasileira.
Uma vez que nos cafés hoje em dia já se ouve dizer que "qualquer dia isto é como no brasil.. só ha ricos e pobres e não se pode sair à rua..." então talvez esteja mesmo na hora de meditarmos sobre este texto... antes do discurso ser pior..

nota: queria só relembrar que realmente não convém acreditar em tudo o que se lê, a net tem coisas imensamente boas, mas há que saber seleccionar e filtrar a informação" (Ângela Marina)

O cronista do Publico declarou na altura que o caso já era do seu conhecimento e que nunca tinha publicado esse texto.

À (minha querida) Marina, obrigado

3.10.08

Vitória da liberdade

"O deputado do Partido Socialista, Paulo Pedroso, desistiu esta sexta-feira de uma queixa apresentada contra o autor do blogue Do Portugal profundo, que estava a ser julgada no Tribunal da Boa Hora, em Lisboa.

António Caldeira, responsável pelo conteúdo do blogue, estava sentado no banco dos réus acusado de 49 crimes por difamação. Pedroso queria ainda uma indemnização cível no valor de 150 mil euros. Mas, na oitava sessão do julgamento, o deputado socialista desistiu da queixa.

Na base da queixa apresentada por Paulo Pedroso estavam textos divulgados no blogue, no ano de 2004, relativos ao processo da Casa Pia. O deputado terá tentado que o arguido pedisse desculpa, mas segundo apurou o PortugalDiário isso não aconteceu.

José Maria Martins, advogado de António caldeira, confirmou ao PortugalDiário a desistência do processo."

(noticia retirada do PorugalDiário)

Tenho acompanhado quase diariamente os posts que o professor António Caldeira publica no seu blogue. É um espaço onde se luta por um país livre, que denuncia casos de hipocrisia politica, mentiras eleitorais, e condutas menos corretas por parte de quem nos governa. Tem das caixas de comentários mais concorrida da blogosfera nacional, (que eu conheça) onde se trocam pontos de vista e se debate o estado actual da nação, e comentadores informados e de espírito crítico.

Ao professor Caldeira e a todos os que o acompanharam nesta luta judicial contra os irmãos Pedroso, os meus parabéns. A eles ainda, o meu obrigado, pois bateram-se por causas justas e sociais que nos diz respeito a todos nós: a liberdade de expressão e o sentido de justiça.


2.10.08

Indignação

Nem sei como começar... Sinceramente. Tenho uma imensa vontade de exteriorizar a minha indignação e vou servir-me deste recém nascido blogue para o fazer. Espero que os meio de comunicação divulguem convenientemente (se os deixarem) mais esta vergonha dos órgãos responsáveis pela (in)justiça do nosso país.

O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) decidiu comutar em pena suspensa os cinco anos de prisão efectiva a que foi condenado um militar na reserva por abuso sexual de uma menina de 12 anos, em Bragança. O arguido beneficiou do novo Código Penal, que permite a aplicação de pena suspensa a condenações até cinco anos, contra os três anos previstos anteriormente.

Em acórdão datado de 25 de Setembro, o STJ decidiu que o arguido fica com a pena suspensa subordinada ao pagamento de 10 mil euros à criança, no prazo máximo de três meses, "a título de reparação do mal do crime". O arguido terá ainda que prestar trabalho a favor da comunidade num total de duzentas horas, cujos termos o Tribunal Judicial de Bragança ainda não decidiu.

Os factos remontam a 14 de Novembro de 1999, na freguesia de Espinhosela, concelho de Bragança, quando o arguido violou a criança. Na altura, o sargento-mor do Serviço da Polícia Militar, na reserva, tinha 58 anos. O sargento era familiar da criança.

Após recursos, o caso chegou ao STJ, que agora decidiu suspender a pena, considerando que "não se colocam preocupações de monta ao nível da reinserção social do arguido e que nada se pode apontar quanto ao seu comportamento anterior ao crime, ou posterior ao mesmo". O STJ argumenta que o arguido "continua com o registo criminal limpo, mais de oito anos volvidos sobre os factos".

Na decisão do Supremo pesou ainda o facto de o arguido "estar inserido familiarmente e ser socialmente bem considerado.”. Acrescentando que “as necessidades de prevenção especial não se mostram, muito fortes, no caso".

No entanto, sublinha que é "importante fazer sentir ao agora condenado os efeitos da condenação. O seu comportamento foi altamente censurável e o recorrente não pode deixar de o interiorizar".

O tribunal lembra que o arguido "causou danos psicológicos". O acórdão frisa ainda que o sargento "não assumiu qualquer atitude demonstrativa de arrependimento".
(noticia retirada do público on line)

Que país é o nosso? Que tipo de leis nos regem?
Já não bastava a benevolência da primeira instância ao aplicar apenas 5 aos de prisão a um violador, pedófilo e que não demonstrou sinais de arrependimento, que depois o STJ ainda suspende a pena!!
Existe actualmente todo um conjunto de leis que favorece os bandidos, os pedófilos e toda a corja que não merece sequer o ar que respira. A lei em vigor convida a dois tipo de situação: à reincidência do crime, uma vez que os seus autores continuam a gozar de plena liberdade, e à justiça pelas próprias mãos, dado que temos uma legislação moroso, descredível e revoltante.
Julgo que quando o código penal é revisto, o objectivo é beneficiar a sociedade e fazer valer o rigor e o sentido de justiça. Neste caso o governo beneficiou os criminosos oferecendo-lhe penas mais leves, prisões domiciliárias e absolvição em penas até 5 anos.

Legisladores, juízes e membros do Governo, enfim, os detentores do poder e responsáveis por este novo código penal, como se sentiriam se fosse uma filha ou neta vossa?